Bia Nogueira nasceu em Santos, estado de São Paulo. É formada em Letras e em Arteterapia. Ao longo de 14 anos, na companhia do seu pai que era diplomata e profundo amante das artes, morou em diversos países a exemplo da Suíça, Argentina, Estados-Unidos e Portugal. Esta vivência, desde a infância, influenciou significativamente seu “olhar” em função das constantes visitas a importantes museus do mundo e galerias de arte.

Na década de 90 do século passado, atuou no Museu Vivo da Memória Candanga, Secretaria de Cultura do Governo do Distrito Federal, em Brasília, desempenhando a função de mediadora entre o objeto museográfico e o espectador. No mesmo período, começou a trilhar uma trajetória como artista plástica. Atualmente, mora em Vitória, ES, com seu marido e filho, em um apartamento que desempenha a função de moradia e ateliê, concomitantemente.

Seus primeiros trabalhos eram figurativos. A abstração começou a ser evidenciada paulatinamente até impor-se por completo de forma definitiva. Acredita que o Abstracionismo permite uma liberdade de expressão incondicional, assim como a possibilidade de leituras múltiplas por parte do espectador, outorgando-lhe um protagonismo na fruição da obra.

A eleição de Bia Nogueira pela técnica mista se alicerça na justaposição e sobreposição de materiais diversos, propiciando uma interação sutil que não seria viável por intermédio de uma única técnica.

No que se refere ao seu processo criativo, a realização de traços orgânicos e intuitivos com o pastel oleoso representa a primeira etapa do referido processo. Em seguida, o desenho é sobreposto pela aquarela que transita por onde o pastel assim o permite. O resultado é muitas vezes imprevisível, com os encontros e desencontros que a própria técnica possibilita.

Representa cores e formas por intermédio da transparência e da leveza da aquarela, associada à concretude do pastel oleoso e à colagem. Os materiais que utiliza demandam um papel com uma gramatura que possibilite sobreposições sucessivas. A escala dos trabalhos é pequena, conferindo–lhe uma dimensão intimista.