Evidente é que a obra de arte não surge da teoria. Picasso divertia-se com a especulação metafísica dos críticos, estupefatos pelo contraste entre suas novas fases. A alquimia de Cézanne, e de tantos mestres da pintura, atesta a supremacia do fazer. Contrariando a divertida blaque duchampiniana, receita aplaudida depois pelos cômicos doutorandos de arte agora…

Meu relacionamento afetivo com a família Scliar, principalmente com seu Henrique e o filho Carlos significou enriquecimento cultural. Convivendo com o “Carlitos”, no Brasil e em Paris, irmanados esteticamente e ideologicamente, partidários de um pacifico mundo melhor.

Agora venho opinar sobre a produção pictórica, de duas décadas, de sua irmã Rusy Scliar. Expositora compulsiva ao lapidar etapas para tonalizar o grafismo e organizar sua conexão com os espaços saturados e os de repouso visual em sua pintura.

O encontro com o pintar, aos poucos, exigirá mais disciplina no fazer. A auto-crítica ordenado a gestualidade de sua pincelada. A elaboração começa a ser pensada, moderando o improviso, e a espontaneidade dessa pressa criativa. Crendo no seu ascenso, direcionado para bons resultados plásticos e em sua vitória estética. Aguardes e confirmaremos.

Danúbio Gonçalves – 2004